sábado, 13 de março de 2010

PLATÔNICO

Platônico


Este amor platônico, daltônico
Que confunde a natureza e as dores
É rápido, veloz e afônico
E não se vê gozo ou pudores

A mente aguçada me cerra os olhos
E com o toque dos corpos tudo paira no ar
O beijo imaginado é em Abrolhos
Eu e você, cercados pelo mar

Este desejo é só o desejo dos desejos
Não tem nada de desespero ou banal
Sei que te daria tantos e tantos beijos
Mas somente um seria sensual

Esvazio a cabeça e expulso o delírio
Quem bem poderia ser o demônio
Esta tentação que é você, meu colírio
Provoca em meu corpo um pandemônio

Viro um vulcão que acorda com seu perfume
Que é um cheiro louco de quero mais
Pisco, pisco, pisco mais que o vagalume
Pois você vive tirando a minha paz


BETO CAMPOS 2009

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